sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Conto: O insano diário de um amigo meu - Parte 3




Eles acharam o maldito telefone. Eu pensei que tinha sido cuidadoso, mas eles o encontraram, preso em uma pequena fenda ao redor do tubo de saída do vaso sanitário do banheiro. Passei a noite inteira no terceiro andar. Chamam-lhe de "ala restrição", o que é uma besteira completa, pois não existem pacientes perigosos. É uma punição. Não há ninguém aqui que possa ser considerado um criminoso, que deva ser mantido longe da sociedade. A maioria de nós entramos aqui por livre escolha, e alguns foram enviados de outros hospitais. No entanto, enquanto estivermos aqui, eles praticamente nos possuem. Podemos ser contidos contra a nossa vontade e se pensarmos em reclamar, eles fazem uma acusação judicial para nos prender. Às vezes, em lugares piores. Eles arrastam o nosso psiquiatra, as pessoas que conhecem nossos maiores medos, segredos terríveis, piores pesadelos. Os EUA chamam-nos de instáveis, insanos, perigosos. Passei a noite amarrado a uma cama, sem luz e sem som. Disseram-me para dormir, mas eu não podia. Eles pegaram o telefone, mas deixaram o livro. É como se eles sequer o vissem. Estou com 3 novos tipos de medicação. Minha cabeça dói, meus olhos não conseguem se concentrar corretamente, eu sinto uma coceira e não sei porquê. Eu estava com medo a noite toda. Agora eu não estou. Pela primeira vez em anos, eu estou mais com raiva do que com medo. Fazendo a única coisa que eu senti que eu poderia fazer, eu roubei outro telefone. É difícil escrever. Eu tenho que apagar parágrafos inteiros porque o texto é, por vezes ilegível. Apagar e começar de novo. Estou muito cansado. Eu roubei o telefone do meu médico, aquele que prescreveu os medicamentos. Eu odeio ele no momento. E o ódio me mantém focado quando as drogas tentam me alienar. Mas de qualquer maneira, eu já tinha escrito a maior parte da história no velho telefone quando ele foi levado, então agora eu tenho que começar de novo. Ler o diário é difícil, mentalmente desgastante. Espero que a minha ortografia esteja aceitável.



Roark deve ter se sentido obrigado a compartilhar sua notável perspicácia com a gente quando ele de repente gritou: "Isso é burrice!" Dr Connely parou de andar como fez nos últimos cinco minutos. A enfermeira Olsen parou de orar, como vinha fazendo desde que deixou a sala de ginástica. "Por que não podemos simplesmente sair por uma janela?" "Eu estava brincando sobre pular do terceiro andar. A queda vai matá-lo, a menos que você consiga pousar em um carro da polícia." Roak olhou para mim como se estivesse considerando se o seu enorme corpo pudesse pousar com segurança em mim, se ele me jogasse pela janela antes de pular. "Eu estava falando sobre este piso." "Oh, claro! Por que não pensamos nisso na última vez? Com certeza as janelas daqui não estão trancadas ou qualquer coisa." "Eu posso quebrar as tábuas." Seu tom ficou mais pesado. "Vá em frente e tente. Enquanto isso, eu vou ver se eu não coniego encontrar Miss Mask." A enfermeira Olsen olhou para mim, perplexa. "Quem?" Quando eu estava prestes a responder, Jessica chegou antes de mim. "A pessoa que Joel pensa ser responsável por tudo isso. Algum tipo de fantasma." "Não acho que é a responsável por tudo isso, eu sei que é." Eu corrigi "E eu não tenho certeza se é uma pessoa ou um fantasma.." "Mas você chamou de "ela ", certo?" Jessica levanta a sobrancelha novamente, tentando me pegar tropeçando nas muitas mentiras e verdades estranhas que eu tenho contado nos últimos meses. "Sim, eu sei que ela é do sexo feminino." "Como?" Sua sobrancelha foi mais alto. "Minha intuição masculina. Olha, eu sinto muito por não ter tempo de responder todas as questões, mas estamos meio que em uma programação." "Não!" O Frankenstein respira novamente. "Você nos trouxe até aqui e agora você vai nos tirar daqui." "Desculpe, não posso." "Não pode ou não quer?" "Escolha um, não importa." "Nós estamos aqui porque você-" " Deixe-me interrompê-lo! Você está aqui por causa dele." Eu aponto para Dr. Connely que parece não estar muito interessado em fazer parte desta conversa de novo." Ele trouxe você junto, não eu. Eu teria sido bom em vir aqui por minha conta. Eu nunca enviei um convite para se juntarem a mim em uma aventura por uma escola assombrada."
Algo que eu disse despertou-o. Aparentemente ele não está interessado em ser referido como se não estivesse aqui. Ele estufou-se, uma visão que me deu nada mais que alegria. "Chega, eu não vou ser a sua baba psicótica por mais tempo. Ouvi essa porcaria por 3 anos, esta sua fantasia psicossomática estragada pelas drogas, que você criou na noite mais terrível de sua vida para não ter que enfrentar a responsabilidade pelas mortes de seus amigos!" Eu só olhei para ele. em o que pareceu uma quantidade considerável de tempo, e quando ninguém disse nada, eu acho que nós deveríamos começar a se mover novamente. "Ok, se todo mundo já parou de gritar, então devemos seguir em frente . Mas isso foi um bonito discurso Doutor. Apenas um pequeno detalhe errado, de novo. Não fui um drogado podre até eu estar ao seu cuidado." "Sr. Roark, por favor algeme Mr. Malcolms. Ele vai nos mostrar a saída" "Oh Deus, eu pensei que eu teria que esperar até que vocês dois finalmente declarassem amor eterno um ao outro." A tentativa de Roark em ser engraçado era mais engraçado que a própria piada. Acho que ele está ficando mais assustado. Mover-se enquanto algemado é estranho. A partir do momento em que você não pode mover suas mãos, você acaba fazendo movimentos exagerados com seus ombros, ou pelo menos eu faço. Ele fica especialmente difícil quando ninguém se oferece para levar a sua maldita mochila. Estamos nos movendo ao longo dos primeiros corredores do térreo, checando cada quarto aberto. A escuridão é tão densa que você pode cortá-la com uma faca. Eu estou me perguntando se eu poderia pedir uma à Beverly e tentar mais tarde. Mesmo que eu tenha conhecimento prévio da escola, nenhum deles me perguntou que direção seguir. Nós não parávamos de andar através da escola. Eles estavam indo bem. Nós estávamos indo no caminho certo.
De repente, o Exterminador pára em uma das salas de aula e entra. Vendo como ele parecia ter algum plano que todos os outros desconheciam, todos o seguiram. O quarto estava completamente vazio com exceção de um quadro-negro duplo que poderia ser puxado para cima e para baixo. Eu nunca entendi isso. Por que ter dois quadros-negros quando se está quase totalmente escondido atrás da mesa? "A luz está chegando por aqui.", Disse Roark, apontando para a janela mais distante da porta. Ele imediatamente começa a puxar as placas que cobrem a janela. "Isso não vai dar certo." Eu grito do outro lado da sala. "É por isso que eu trouxe isso." Ele diz, durante a apresentação de um pequeno pé de cabra que ele tirou do bolso interno, ao mesmo tempo que soava como o fodendo Bruce Willis no filme Duro de Matar. "Eu faço dar certo." Eu me inclino contra a parede. A partir do momento em que eu não posso ver o meu relógio por causa das algemas, eu fiquei mais atento a quaisquer figuras que possam se aproximar. Não estamos muito longe de onde Isabella morreu. 
Corremos por este caminho a última vez também. Encontramos a porta trancada e as janelas tapadas, e pensamos em encontrar uma escada de incêndio no segundo andar. Mesmo que naquele momento, isso soasse estúpido. Quase 300 pessoas morreram em um incêndio aqui. Nos deparamos com uma sala utilizada para aulas de química. Alguém disse que havia sempre precauções específicas com estes quartos, grandes poços de ventilação e saídas de emergência, uma vez que o perigo de fogo é maior. Nós não o homem de casaco xadrez entrar. Isabella provavelmente viu pela primeira vez, quando ele estava a poucos metros de distância. Ela gritou primeiro de qualquer maneira. Ele jogou algo em nós, um recipiente de vidro de algum tipo. Nós esquivamos e aquilo explodiu atrás de nós. Nós corremos para a saída, mas ele agarrou Bella apenas segundos depois de jogar outra bomba incendiária em nós. Ele a tinha. Patrick e eu tentamos voltar, nós realmente tentamos ajudar, mas o calor era imenso. O fogo engoliu todos a sala em questão de segundos. Nós dois tivemos queimaduras graves em nossos braços e o cabelo de Patrick pegou fogo. O mesmo aconteceu com Bella, seus cabelos loiros de repente se tornaram um vermelho ardente. Eu não pude fazer nada enquanto um cadáver carbonizado rasgava sua saia. Eu não pude fazer nada enquanto minha amiga era estuprada. Ao ser queimada viva. Eu diminuí a minha respiração. Esse momento em especial me deixou cicatrizes piores do que qualquer um pode imaginar e eu não podia pensar nisso naquele momento. Isso me distraia muito. O legista disse que ela mesma havia se incendiado. Encontraram um Zippo (isqueiro) que ela ganhou de seu pai caído no chão. Não restava muito dela. Embora eles não pudessem explicar como o fogo se iniciou. Não devia haver nada para queimar neste edifício. Hércules está fazendo muito barulho aqui. Eu sei que isso não importa, não numa perspectiva maior, mas estava afetando claramente os outros. Eu acho que eles tiveram uma pequena sensação de que eles não estão aqui sozinhos, que eu não era tão louco quanto eles queriam que eu fosse. E, se todo o cenário improvável de espíritos e fantasmas perigosos for de verdade, eles não querem atrair atenção desnecessária. Olhei para Jessica. Ela estava estudando o teto, no caso de haver lugar onde as aranhas, monstro ou algo assim possam se esconder. Ela me viu olhando. Ela me deu um sorriso fraco de piedade. Eu realmente gostaria que ela não fizesse isso. Eu não vou ser a pessoa que vai precisar disso. "Do que diabos essas tábuas são feitas?" Parece que o poderoso titã caiu em si. "Madeira.", Eu respondo. Ele me dá um olhar que mataria as pequenas criaturas da floresta que, em algum momento, viviam na árvore em que essa tábua foi feita. "Você acha isso engraçado?" Isso quase soou como uma declaração, em vez de uma pergunta, mas eu estou disposto a dar-lhe o benefício da dúvida. "Olha, isso esta, obviamente, nos levando a lugar nenhum, então por que nós não apenas começamos com a programação?" "Porque, Sr. Malcolms, nem uma única pessoa aqui acredita em sua programação!" O Doutor acordou de novo, ainda soando como uma paródia de um médico. "Tudo bem. Que dano pode causar, um pouco de humor?" Connely abriu a boca, mas fechou-a rapidamente quando ele não pôde dar uma refutação à minha pergunta." Olha, ou eu consigo convencê-los de que existem espíritos dos mortos, aqui neste edifício. Nesse caso, estamos em perigo mortal e provavelmente devem seguir minhas instruções. Ou vocês me convencem de que eu sou completamente louco e podemos seguir com nossas respectivas vidas, uma vez que alguém vem nos ajudar. Ah, e para marcar um ponto a meu favor, porque vocês todos não tentam usar seus telefones celulares para pedir ajuda?"
O olhar em seus rostos enquanto eu trouxe a solução mais óbvia imaginada para sua versão de nossa situação era impagável. O que se seguiu foi melhor. "Meu telefone está desligado. Eu não consigo ligá-lo!" "Eu também não." "Isso está me enlouquecendo, meu celular está desligado também." "Caro senhor, o que está acontecendo?" "O que você fez?" O Superman estava me olhando diretamente nos olhos quando ele me fez mais uma pergunta. Ainda fico um pouco surpreso cada vez que ele faz isso. "O que eu poderia fazer para afetar todos os seus telefones?" Eu pergunto, mesmo que eles provavelmente tenham alguma resposta ultrajante que vai fazer todas as minhas histórias de fantasmas parecerem fofoca de 'pausa para o café'. "Eu não sei" Ok, então ele não tem muita imaginação. "Mas se eu descobrir que você está de brincadeira com a gente todo esse tempo, eu vou torcer o seu pescoço em 180 graus, de modo que você possa me ver chutar seu ravo! "Ele soa mais como Bruce Willis a cada minuto. 
Depois do meu "momento relaxante", eu comecei a ver todos os detalhes faciais peculiares de cada um deles, detalhes conhecidos apenas por mim. Roark com suas mãos flamejantes e cacos de vidro em toda parte, a enfermeira Olsen com o queixo pendurado e olho esquerdo para fora da órbita, o cara novo com um buraco em sua cabeça, o rosto de Connely, seja esmagado ou rasgado, com alguma coisas verdes estranhas em seus olhos e Jessica com seus chifres. Eu nunca tinha entendido aqueles chifres. "Ok, vamos tentar o próximo andar." A voz de Connely estava tremendo agora. Saindo do quarto, a escuridão parece mais grossa, se isso faz algum sentido. A luz não parecia penetrar corretamente em todos os cantos o tão longe quanto antes. Talvez fosse apenas as baterias. Talvez tivesse algo a ver com o jovem de terno escuro. Havia umas manchas de sangue no tecido escuro do terno. Foi o início. 
Eu não tinha parado de andar e bati direto em Dr. Connely. Sua lanterna estava apontada para alguém. "Então, você os vê agora." Digo despreocupadamente. Connely vira ligeiramente a cabeça e olha para mim com desgosto. "Amigo seu?" Mais uma vez, pingando desprezo. "Que amigo seria? Todos os meus amigos morreram aqui, afastaram-se ou são impedidos de me ver na instituição." Eu me espremo por ele e calmamente me dirijo ao jovem. Ele está de costas para mim. Eu paro há uns 6 metros de distância, o suficiente para ficar fora do alcance dos braços. Estou um pouco perplexo com a noção de eles não se deram conta ainda. Nós não estávamos exatamente tranquilos. Eu limpo minha garganta um pouco alto. Ele não se mexe. Então eu tenho a sensação de que ele não pode ouvir. Um fantasma surdo. Eu passo na frente da luz, obscurecendo-o e criando sombras bruxuleantes. Seus movimentos de cabeça, despenca e começar a girar para a direita. Por que ele não tinha notado a luz pela primeira vez, eu não sei. Mas eu sei por que ele não consegue ouvir nada. Toda a metade esquerda de sua cabeça entrou em colapso em direção ao crânio. Sua orelha direita está mutilada e seus braços estão pendurados. A sua face está ausente, de um lado e muito deformada do outro. Seu olho direito pisca e por um momento e ele parece confuso. Eu não posso deixar de fazer a ligação entre o rosto e a marca de uma bota. Parece que ele foi pisoteado até a morte. Uma teoria que pode explicar a sua escolha de armas. Sua mão esquerda parece completamente inútil, mutilada aos pedaços, o seu direito segura a perna decepada de uma mulher. Eu me sinto bastante confiante de que tenho muito poucas coisas que faltam para eu dizer com propriedade que "Agora eu já vi de tudo!" 
Atrás de mim, alguém vomita. Alguém engasga. Mais de uma pessoa tosse. Eu desvio e consigo evitar o impacto de uma coxa muito bem barbeada. Posso não ter os reflexos de antes, mas esse desgraçado bugado não vai me bater, pelo menos não com uma maldita perna. Ele se move e eu esquivo. Ele vem pra cima, eu deslizar para o lado. Ele move eu o evito novamente. Estou agora no lado oposto de onde eu comecei. Minha idéia era que o Shrek iria pegar ele por trás e causar algum dano que já não tenha sido feito ao pobre menino. Mas quando olho para os meus compatriotas, percebo que eles estão todos congelados. 
Depois de todo o seu discurso, o troll careca não encontra a coragem de ajudar um cara algemado. 
"Bem, alguma ajuda seria legal!" A enfermeira religiosa, o cara novo e o famoso psiquiatra dão todos um passo atrás. Você está de brincanagem comigo. 
De repente, o cara novo balança uma perna de uma cadeira quebrada e destrói a outra metade da cabeça do menino. Ele cai com um baque. Eu grito "Quebre o braço dele!" E o cara novo bate de novo, quase cortando seu braço direito no ombro. 
Estou respirando muito fortemente, mas ainda consigo expressar um agradecimento a meu salvador. Eu me viro para o grandalhão e faço sinal para tirar as malditas algemas de mim. Ele olha para o Doutor, que está em estado de choque. Pelo menos eu acho que ele esta. Ele também pode apenas estar parado para tentar esconder o fluido quente que pode estar correndo por sua perna. Estou longe de me preocupar com ele neste momento. 
Finalmente, Roark pega uma pequena chave e abre as algemas. Eu noto que a pessoa que vomitou era a enfermeira Olsen. Eu aceno para o cara novo. "Obrigado pela ajuda." O 'homem-coxa' ainda está se contorcendo, tentando se levantar. Com dois braços inúteis, isso parecia ser um desafio. 
"O que caralhos foi isso?" o cara novo pergunta, endurecendo o controle sobre a perna da cadeira. "A memória, mas sólida. Alguns os chamam de fantasmas." Ele não disse nada, apenas balança a cabeça. "Uma vez que você praticamente me salvou desse louco, eu acho que eu deveria saber o seu nome." "Sebastian". "Bem, Sebastian. Quer me acompanhar até o próximo andar? Esse cara pode ter amigos e eles podem não gostar da nova desvantagem. Além disso, ele pode encontrar uma maneira de realmente se levantar."
O jovem ainda está olhando para o chão enquanto passamos. Eu me movimento. Jessica vem rapidamente, ela está tremendo muito violentamente. Os outros hesitam até que encontrem a coragem de caminhar ao redor dele. Quando eles o fazem, sua cabeça gira e ele começa a cuspir no chão. Acho que ele está tentando falar, mas eu ignoro e continuo. 
À medida que nossos olhares se encontraram, Jessica agarra meu braço. "O que foi isso?" Sua voz está tremendo, suas mãos estão suando muito. "Como eu disse, fantasmas. Quando se materializam parece que eles ficam exatamente como eles morreram." Eu estava tentando fazê-lo soar como a coisa mais natural do mundo, mas ele saiu muito estranho. "E o que eles fazem?" "Bem, qualquer outro dia do ano, eles ficam em torno da escola. Alguns deles me fez companhia na instituição, uma vez que eles não têm muitas pessoas que eles.. por que você aceitou vir?"
Estávamos parados no meio da escada. De alguma forma, os outros tinham ficado um pouco à frente de nós. Ela me dá um olhar vazio, não dando qualquer indicação de querer falar mais do que o absolutamente necessário. "Isto tudo é completamente insano. Os outros vão continuar a tentar discutir a realidade da situação até uma daquelas coisas os rasgar com seus corações ainda batendo. Perdi quatro dos meus amigos que morrem antes de eu sequer considerar que essa coisa toda poderia ser obra de fantasmas ou qualquer coisa sobrenatural." "Bem, eu-" "Além disso, por que você veio aqui? Eu sei que você não deveria estar trabalhando, eu sei que o médico não te pediu pra vir e eu até tentei deixar tudo antiético, pedindo pra você sair comigo. Por que diabos você está aqui?" Eu posso ter soado um pouco mais intimidante e acusando do que eu eu gostaria, mas isso tem me perturbado. "Bem, eu pensei que isso poderia ajudá-lo, eu tenho estado com você desde que você entrou na instituição. Eu vi você no seu pior e eu queria ver você ficar melhor." Ela parecia chateada. Como coração magoado, prestes a chorar um rio de mágoas dignas de Justin Timberlake. "E como você sabe que eu não fui convidada para vir?" Agora ela parecia defensiva. E ainda magoada. "Porque eu pedi que você fosse mantida fora dessa." Mais uma vez, me senti como um idiota total. "Você sabia que isso ia acontecer." Uma declaração, nenhum traço de emoção ou pensamento questionando-me sobre isso. Ela deve ter visto isso desde de que tudo começou. Todos eles devem, ou então eu estou supervalorizando vastamente seu intelecto. "Sim". "Então por que veio?" "É difícil explicar, mas eu vim. Eu sabia que era momento certo." "Nós podemos morrer a qualquer momento, por sua causa." "Não Eu não acho que nós vamos." Eu subi as escadas. Eu não sei o que acabamos de discutir, e eu temo que eu tenha falado demais. O comportamento de Jessica não mudou. Ela ainda parece assustada, talvez um pouco mais focado do que antes, mas o que eu disse não era algo que ela chamasse de conforto. Ela pode não me achar mais insano, mas ela com certeza me acha cruel. Ela não está totalmente errada. 
Quando finalmente chegamos ao topo da escada, eu não podia ver os outros. Nossas luzes não iluminam muito e quando eu ouço atentamente, posso ouvir os gritos fracos ecoando pelo corredor. Nem todo fantasma entra em uma fúria assassina nesta noite. Eu acho que a maioria deles não o fazem. A grande maioria apenas revive suas últimas horas, uma e outra vez. Alguns deles sofreram mais do que os outros. Muitos dos que o conheceram Miss Mask pessoalmente naquela noite são os que ficam para trás, causando terror e caos. Eu acho que ela de alguma forma é dona deles. 
Eu começo a andar lentamente pelo corredor e vejo luz em uma das salas de aula. Eu estendo minha mão para Jessica. É preciso um par de segundos, mas eventualmente ela me dá a mão. Os outros três estão na sala, em frente a uma figura escura pregada na parede. A menos que Jesus tingisse o cabelo, vestisse uma jaqueta de couro sobre a camisa branca e de repente usasse jeans muito apertados, então este não é o nosso Senhor e Salvador. Eu o reconheci imediatamente, embora os outros só pudessem tê-lo conhecido por sua voz. Ele está pregado pelas mãos, ou mais precisamente, os pulsos, acima de sua cabeça. Ele oscila lentamente para cada lado, como se reagisse a uma brisa que nenhum de nós pudesse sentir. 
"Olá Trevor." "Joel! Ei, cara, como vai?" " Ah, você sabe..." " Sei, sim. Você voltou, não pensei que você voltaria." "Bem, você não me visita há algum tempo. Como você espera conhecer as músicas novas se você não me visitar? "Isso estava ficando meio deprimente." "Mais deprimente do que isso?" "Você me pegou nessa. Ela está olhando para você, você sabe." "Este não é um lugar tão grande, se ela é tão cruel e inteligente como todos afirmam que ela é, ela não deve ter que trabalhar duro para me encontrar." "Bem, ela tem estado um pouco distraída com o grande dia e tudo mais." Sua voz quebra um pouco no final. Ele é um bom cantor e um cara geralmente feliz, ainda na situação atual, mas tornou-se um pouco melancólico. Eu não o culpo. "Eu suponho que você não tenha mais nenhuma informação para mim.." "Cara, desculpe, nada de novo. Você pode verificar com alguns dos outros. Se você se apressar, você pode encontrar Beverly, antes dela.. você sabe, tentar abrir as pessoas vivas." " Eu acho que prefiro ficar longe. Não há necessidade de atrapalhar as líderes de torcida assassinas." "Ha. Isso soa como um filme terrível." "Então você devia assistir Zombie Strippers" "Heh, oh, não me faça rir. Meus ombros já estão deslocados." "Vá com calma Trev." "Você também cara. Espero que possamos tocar juntos no palco novamente em breve. Ou não, ou... você sabe." Eu virei para ver o público mais perplexo que qualquer homem já enfrentou. Eu apenas os guiei para fora do quarto e, em seguida, meio desajeitadamente levei meu pequeno pelotão do outro lado. Ninguém estava no corredor. "Que diabos foi isso?" Hulk Hogan pergunta com bastante severidade. "Isso foi uma conversa entre Trevor e eu. Você pode reconhecê-lo como a voz desencarnada que ouviram no palco antes." "O que você quis dizer com 'visitar'?. "Doutor Connely olhou assustado. "Ele e um par de outros vinham me visitar na instituição. Eu só falei com eles nos últimos dois anos. Antes disso, eu quase me caguei toda vez que eu os via." "Por que você não os mencionou?" Ele parecia quase sentir dor. "Eu mantive o relatório policial que foi feito logo depois que eu pude sair do hospital, eu não queria acrescentar razões para me manterem preso. Eu só disse a verdade sobre a noite porque eu não tinha mais nada que eu sentia que poderia dizer." Desde então, eu me arrependi amargamente de não ter mentido na época. Qualquer coisa teria soado melhor do que 'FANTASMAS FIZERAM!' "Como você pôde?" Eu levanto as sobrancelhas. "Como eu pude eu o quê?" "Como você pode nos trazer aqui? Você sabia. Você sabia e você ainda nos trouxe." "Olha eu-"
"COMO VOCÊ PODE!!" Ele estava chorando agora. Não, ele estava em prantos. Grandes soluços vieram entre lágrimas. 
Eu tomei uma respiração profunda. Eu não devo ficar bravo com ele, eu acho. Tentando chamar as palavras, eu tenho que tomar alguns segundo para pensar em algo que não vá piorar a situação. No final, eu penso 'dane-se'. 
"Bem Doutor. Eu realmente não posso responder isso de uma maneira que eu ache que você vá encontrar satisfação. Posso salientar que você mais ou menos convidou a si mesmo. Posso salientar também que, apesar de eu estar claramente de mente sã e incapaz de ser uma ameaça para ninguém por quase dois anos, tenho ainda sido deixado sob seus cuidados, para ser drogado e sondado e deixado totalmente a sua experiência, para consertar o que não estava quebrado. Ou tão quebrado que, de qualquer maneira, você  não poderia fazer nada a respeito. Eu posso apontar como você me fez o seu garoto-propaganda para alguma campanha medicinal, por que você faria isso eu só posso adivinhar. O lucro, a vaidade, o que seja. Você diz que é o meu médico. Ainda que você não tenha notado que eu não tomei qualquer um dos remédios que me deram desde o ano passado."
Eu tinha acabado de derrubar uma bomba em cima dele. Ele ficou sem palavras."Eu também tenho mentido, sobre tudo de ver fantasmas, a minha recuperação, a minha razão de vir aqui. Você insistiu em vir comigo e eu sabia que você não aceitaria um não como resposta. Tenho notado os carros da polícia que vem aqui regularmente durante a noite, desde que eu saí. Eu vim aqui durante toda a semana. Eles nunca viriam aqui a menos que alguém os avisasse. Então eu deixei você ir junto. Você trouxe essas pobres pessoas com você porque você quis."
Eu baixei o meu rosto para ele até que eu estivesse há centímetros de distância, olhando-o bem dentro daqueles olhos verdes, e aquela cabeça destruída. 
"Não se atreva a empurrar a culpa para mim. Sua ajuda tem sido quase inexistente por dois anos e ainda assim você me desfila na frente de todos, falando sobre o grande trabalho que você teve em me curar. Agora estamos em uma posição que pode realmente me ajudar, uma posição que você pediu, e você quer me culpar porque pode ser mais do que você consegue aguentar?"
Ele funga, e me faz lembrar uma criança de oito anos que bateu sua bicicleta em uma árvore, caiu e arranhou o joelho e foi informado de que Papai Noel não existe, tudo ao mesmo tempo.
"Adivinha só Doutor", eu digo, com a voz um pouco mais alta que um sussurro "a situação não vai melhorar".


Eu não sei se posso continuar com isso, o pessoal suspeitar que estou tramando alguma coisa agora. Estou bastante sonolento, eu não sei se eu posso continuar a escrever. A medicação está fazendo efeito. Preciso tirar um cochilo. Até a próxima

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